Detectores enormes = muito Argônio Líquido
É praticamente impossível produzir materiais com altíssima pureza e mantê-los assim. No caso do DUNE, contaminantes no Argônio líquido podem causar interferência nas interações dos neutrinos, além de reduzir ou alterar drasticamente os sinais elétricos e luminosos obtidos nos detectores. Para recipientes contendo argônio líquido temos o nitrogênio (N²) e o oxigênio (O²), que correspondem a~78% e~21% do ar, respectivamente, como sérios contaminantes, que precisam ser constantemente filtrados.
Junte isso a massa de 70.000 T (que ocupa um volume de ~50.000 m³, suficientes para cobrir o campo do Maracanã a uma altura de 7m) e temos um problema gigantesco de purificação, no qual ganhos de eficiência podem ter grande impacto financeiro e logístico.
Nesse contexto a equipe liderada pelo pesquisador Pascoal Pagliuso da Unicamp desenvolveu novos sistemas de filtragem para N² e O² baseados em materiais inovadores e comprovou sua eficiência em experimentos realizados no criostato Iceberg no Fermilab (US).
Criogenia no DUNE
Os resultados do projeto foram muito bem recebidos pelo DUNE, que aprovou o uso da tecnologia brasileira para as LArTPCs do Detector distante (FD).
A pesquisa foi desenvolvida com o Apoio da FAPESP, que está disposta a ser um dos parceiros financiando a construção e instalação do sistema no experimento. Essa contribuição colocará o Brasil como um dos países mais envolvidos no experimento.
Industria e inovação
Sistema de criogenia e filtragem de Argônio Líquido têm aplicação em muitos processos industriais e o projeto tem potencial para contribuir com a indústria brasileira, além da academia.
O desenvolvimento do projeto, em sua magnitude, levará empresas nacionais a desenvolverem componentes para sua utilização que poderão ter aplicação em sistemas de criogenia na indústria. A empresa parceira no desenvolvimento desse projeto é a Akaer.